terça-feira, 19 de março de 2013

Agreste e Trairi perdem 30% da oferta de água

Os efeitos da seca no Rio Grande do Norte não atingem mais somente o homem do campo, que perdeu plantações, rebanhos e perspectivas de futuro. Nas regiões Agreste e Trairi, a população enfrenta a inconstância do abastecimento, feito através da maior adutora do Estado, a Monsenhor Expedito, que teve sua vazão reduzida em 30%. Isto é consequência, também, da falta de chuvas no litoral e da diminuição da capacidade hídrica da Lagoa do Bonfim, localizada em Nísia Floresta. É de la que sai a água distribuída para a adutora numa complexa e extensa rede de tubos. A governadora Rosalba Ciarlini apelou ao povo potiguar para que diminua o consumo de água. Isto para que a situação atual não piore.
Ivanizio RamosGovernadora anuncia medidas em reunião do Comitê da secaGovernadora anuncia medidas em reunião do Comitê da seca

A possibilidade de racionamento de água nas cidades que ainda não sofreram colapso no abastecimento, ainda será avaliada pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern). De acordo com o presidente da Companhia, Yuri Tasso, o racionamento é uma medida extrema. "Tínhamos a esperança de que o inverno fosse normalizado. O racionamento havia sido discutido como uma medida preventiva", ponderou. Apesar de não ser oficial, a população de cidades como São Paulo do Potengi e Barcelona, por exemplo, só recebem água uma vez por semana, o que caracteriza a limitação do volume distribuído.

Nas cidades potiguares, assim como no campo, a falta d'água se tornou um problema e os cenários de seca hoje parecem ser um só.  Em 14, dos 167 municípios que formam o Estado, o líquido só chega através de carros-pipa. Em Equador, no Alto Oeste, os caminhões adaptados para carregar água precisam ser escoltados pela Polícia Militar para que a água seja entregue nos hospitais, escolas e repartições públicas. De acordo com a prefeita de Equador, Noeide Sabino, a Caern disponibilizou quatro carros-pipa para distribuir água para uma população de oito mil pessoas. Quando solicitada a ampliação do número de carros-pipa, a Companhia alegou que não dispunha de dotação orçamentária, disse a prefeita à governadora.

"Iremos resolver este, que é um grave problema. As pessoas chegaram ao limite de saquear água? Daremos um jeito nisso", prometeu a governadora Rosalba Ciarlini durante reunião sobre a seca na tarde desta segunda-feira, 18, na Governadoria. A chefe do Executivo Estadual reiterou que este é o momento de somar forças para que a situação seja minimizada. "Nós só vamos encontrar água através da perfuração de poços", afirmou.

Atualmente, segundo dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), cerca de 6 mil poços artesianos estão instalados no Estado. Entretanto, só funcionam 3.500. Outros mil estão perfurados e não instalados. Os custos para que sejam colocados em operação poderá chegar aos R$ 14 milhões. Estes recursos são pleiteados junto ao Ministério da Integração, mas a liberação ainda não ocorreu. A governadora ressaltou, ainda, que o Governo do Estado vem fazendo um grande esforço, mas que ainda não é suficiente. Ela ouviu críticas e cobranças de maior efetividade nas ações de combate ao flagelo feitos por prefeitos e representantes de associações de criadores e agricultores potiguares.

Numa espécie de alento aos presentes na reunião, a governadora anunciou, para a próxima segunda-feira, 25, a assinatura do convênio para a construção da barragem de Oiticica, em Jucurutu. "A licitação está pronta e a previsão é de que a ordem de serviço seja assinada pela presidenta Dilma, quando ela vier ao RN em breve", comentou. Além do anúncio da obra, Rosalba informou que deverá recorrer à bancada federal e discutir a ideia de importar o milho que excedeu a produção na região Sudeste para alimentar o rebanho potiguar.

Um comentário:

  1. Caro amigo Ivan, sobre o assunto em destaque há perguntas que merecem reflexão e, se possível, respostas do Poder Público Estadual e CAERN:
    1) Os estrangulamentos da Adutora (popularmente conhecidos como "gatos") vão continuar sem nenhuma punição para os poderosos que praticam?
    2) Os carros-pipas transportam água de onde? Não seriam dos sistemas adutores? Se sim, então eles também estrangulam o abastecimento dágua;
    3) Não adianta a população mais necessitada racionar o uso da água se os grandes usuáriois são os maiores consumidores do precioso líquido.

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