quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Ano letivo não começa para todos

O ano letivo deveria ter começado em todas 141 unidades de ensino da rede municipal na quarta-feria (27). Mas, em pelo menos, em três Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) as  portas continuaram fechadas à espera de merenda para começar a funcionar. Outras escolas optaram por reduzir o horário para não sacrificar os alunos. E ainda houve CMEI que não tinha condição estrutural para retomar as aulas.
Magnus NascimentoApesar do início do ano letivo, a Secretaria ainda não sabe qual o excedente de alunos da redeApesar do início do ano letivo, a Secretaria ainda não sabe qual o excedente de alunos da rede

No CMEI Francisca Célia Martins, um dos maiores de Natal, foi a falta de comida que impediu o início das atividades na data estabelecida pelo município. Os pais das 262 crianças matriculadas na instituição, localizada no Vale Dourado, foram informadas numa reunião realizada terça-feira passada.  O operador de loja Dário Luiz Silva de Sousa conseguiu renovar a  matrícula da filha Luana Gleiciane Silva Sousa, de 5 anos, pelo segundo ano no mesmo CMEI, mas não está completamente satisfeito.

De acordo com ele, a explicação sobre o adiamento dos início das aulas tinha sido outra. "Minha mulher foi pra reunião e disseram que a escola ainda não estava organizada e que faltava só a limpeza", contou. "Se fosse por isso, era só chamar os pais, que eu tenho certeza que num instante vinha um bocado", acrescentou.

De acordo com a diretora do CMEI Francisca Célia Martins, Ednah Secundo, o real motivo foi avisado. "Os pais foram bem compreensivos", destacou. Mas Dário de Sousa não se conforma com a situação. "É lamentável ver a educação no estado que está", criticou.

A previsão da diretora é que, no máximo, até segunda-feira o ano letivo comece no CMEI. Segundo ela, os pais serão avisados por meio de um cartaz afixado na fachada e por telefone. Ontem pela manhã, só havia pequenas porções de sal, soja e complemento alimentar em pó para crianças. Conforme a diretora, o volume não seria suficiente para a demanda de refeições. As 129 crianças, que passam um turno no CMEI, fazem duas refeições. As outras 133, de 0 a 3 anos, que passam tempo integral, tem direito ao dobro. "Não é só jogar na escola e cuidar. A gente não vai receber de qualquer jeito, tem que está organizado", explicou a diretora.

O outro filho de Dário Sousa também teve que voltar mais cedo para casa pelo mesmo motivo. "Ele voltou de nove horas porque não tinha merenda", disse o pai. Daniel Lucas de Sousa, de 11 anos, estuda na Escola Municipal José Melquíades no Parque dos Coqueiros. Inaugurada em 2010, a escola tem capacidade para 1.200 alunos. Em Lagoa Nova, foi o CMEI Vilma Dutra que não abriu as portas para as 80 crianças matriculadas por falta de merenda.

O CMEI Kátia Garcia também não começou as atividades ontem. De acordo com a secretária municipal de Educação, Justina Iva, o prédio alugado na gestão passada não tem condições de receber as 62 crianças matriculadas. "A casa é a 'anti-casa'. Não sei como é que fizeram um CMEI naquele prédio em ruínas", disse Justina Iva. Apesar disso, o imóvel é alugado por R$ 4 mil por mês. Segundo a secretária, uma equipe da secretaria só começou a procurar outro prédio há uma semana.  A sede própria do Kátia Garcia localizava-se no Centro Administrativo, mas foi demolida em 2010 para dar espaço ao estádio Arena das Dunas.

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