sábado, 23 de fevereiro de 2013

Chuvas ficarão abaixo da média




As condições climáticas não evoluíram em janeiro com esperado. Por isso, os meteorologistas reunidos em Natal nos últimos dois dias, decidiram manter o prognóstico anterior  que prevê chuvas abaixo do normal no sertão nordestino em 2013. As probabilidades são as seguintes: 40% abaixo do normal, 35% em torno do normal e 25% acima do normal.  Segundo o prognóstico,  algumas áreas poderão receber uma quantidade de chuvas menor do que em outras, além de haver a possibilidade de eventos externos que possam contribuir para uma variação da queda de chuvas na região nordestina.
Emanuel AmaralSeca do ano passado matou grande parte dos mais de 1 milhão de animais do rebanho bovino do Rio Grande do Norte e gerou prejuízos estimados em R$ 1 bilhãoSeca do ano passado matou grande parte dos mais de 1 milhão de animais do rebanho bovino do Rio Grande do Norte e gerou prejuízos estimados em R$ 1 bilhão

De acordo com os meteorologistas, é de fundamental importância o acompanhamento das previsões do tempo da sua região e do monitoramento contínuo das condições oceânico-atmosféricas, que contribuem para o comportamento das precipitações pluviométricas.

Apesar disso, o gerente do Setor de Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, disse que os criadores poderão iniciar o plantio de algumas culturas: "As regiões de várzea do Piranhas, no Seridó e o Vale do Açu têm já têm condições de alguma agricultura,  como em áreas de várzea, que têm suporte de umidade ou em outras áreas específicas em que o plantio possa se desenvolver sem dificuldades de falta de água".

Durante os dois dias de reuniões feitas na sede da Emparn, em Parnamirim, os meteorologistas observaram que no Oceano Pacífico Equatorial, as condições são de neutralidade em termos de temperatura da superfície o mar e, de acordo com a maioria dos modelos de previsão climática, a tendência "é de persistência do padrão de neutralidade nas águas do Pacífico para os próximos meses".

Já no Oceano Atlântico Tropical Norte e próximo à costa da África, está identificada a presença de anomalias positivas da temperatura da superfície marítima, com valores em torno de 0,5º Celsius. No setor sul da bacia, as anomalias das temperaturas superficiais do mar ficarão com padrão normal e um pouco abaixo da média no centro do Atlântico sul. As anomalias positivas superiores a 1ºC são observadas ao longo da costa do continente africano.

A reunião com os meteorologistas nordestinos ocorreu entre quinta e sexta-feira havendo a análise das condições regionais de pluviometria e globais dos oceanos e da atmosfera, assim como dos resultados de modelos numéricos de previsão sazonal, visando elaborar o prognóstico climático para o trimestre de março a abril de 2013, sobre o setor norte da região Nordeste.

O representante do Instituto Estadual de Meio Ambiente da Bahia, engenheiro sanitarista Eduardo Topázio, disse que  a previsão de chuvas "não é única para a toda região do Nordeste, porque em algumas áreas, como o leste da região, pode chover acima do normal, mas em outras áreas vai mostrar que vai ter chuvas menores do que o previsto para época".

Eduardo Topázio afirmou que a informação meteorológica é muito importante para os agricultores nordestinos, "que têm uma ferramenta adicional para poder planejar as suas atividades agrícolas, por que sem ela, estará no escuro".

Topázio ainda declarou que se continuar a situação de seca por mais anos na região Nordeste, "o semiárido tem de procurar uma vocação cada vez maior de ter uma adaptalidade na sua atividade econômica em relação a estabilidade dessa região".

Ou seja, explicou ele,  "uma atividade econômica onde tem uma grande demanda de recursos hídricos, não é compatível com a área que tem secas de tempos e tempos, bem como as que degradam o solo, porque o solo é fundamental para a sustentabilidade geral da região".

Em síntese, Topázio disse que a atividade econômica tem que ser compatível com a realidade ambiental da região, "preservando mananciais de águas e as unidades de vegetação, a caatinga especialmente, e atividades que não sejam tão consumidoras de água, já que é uma área que tem pouca disponibilidade hídrica'.

A governadora Rosalba Ciarlini, que  participou do encerramento da reunião dos meteorologistas, disse ontem que o momento é de reforçar os investimentos estruturantes no interior do Estado. "Vamos amparar o agricultor, dar ao povo que vive no interior, condições de trabalho e de vida. As ações vão continuar, com ou sem chuva", afirmou a governadora. Ela ressaltou, ainda, que ações emergenciais, como o Seguro Garantia Safra e o Bolsa Estiagem, que em 2012 beneficiaram mais de 80 mil famílias potiguares castigadas pela seca, continuarão em ação, mas que o foco do Governo permanece nas ações estruturantes, como a construção do Sistema Adutor Seridó, já concluído, e que possibilita 66 mil pessoas de Acari e Currais Novos conviverem com a seca

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